06 maio 2011

Espelho, Espelho Meu...

Nem sempre nos damos conta do quanto as pessoas com as quais convivemos nos conhecem, ou conhecem nossos hábitos, ou sabem do que acontece na nossa vida. Até que alguns colegas de trabalho montam um cartaz de felicitações representando algumas coisas que fazem parte da nossa vida e que, de uma forma ou de outra, nos identificam perante eles. E eu ganhei um cartaz assim.

Nele estão dois cães, a Zazu, uma cadela monocromática cor de pinhão, trazida para casa ainda filhote por nossa filha mais nova, e o Amarelo, um cão branco com grandes manchas amarelas que estacionou já adulto em frente à nossa casa por quase um mês, encostado à grade cobiçando a Zazu até que foi aberto o portão, depois a porta da casa, e que agora se esparrama no nosso sofá.

Também tem um tatu, o Dasypus Hybridus, mamífero desdentado da família dos dasipodídeos, este com apenas três anéis, também conhecido aqui na região como mulito e que, num desenho estilizado pelas mãos do meu filho mais velho, serve como logomarca deste blogue.

Estão ali também as figuras de três gatos e meio. Na verdade, três gatas e meio gato. A primeira é a Marica, uma gata quase toda preta, gorda e felpuda, que as meninas insistem em dizer que é Marie e que se pronuncia Marrrrí-í com biquinho a la francesa! As outras duas são mãe e filha, ainda sem nome pois estão destinadas à doação, apesar de já estarem aqui em casa há mais tempo do que eu gostaria. A mãe, uma gata nanica preta com manchas brancas que apareceu por aqui num dia, e no outro já havia parido dentro do guarda-roupa uma gatinha branca manchada de amarelo e preto, [ATUALIZAÇÃO] que ainda é uma criança mas já está maior que a mãe. E o meio gato é o Pepe, preto de cara a rabo que chegou aqui em casa na mesma época da Marica, mas não se acertou muito bem com a Zazu, e depois menos ainda com o Amarelo. Foi quando resolveu se rebelar e só aparecer de madrugada para comer e dormir dentro de casa, enquanto os cães dormem na garagem. Ultimamente, nem isso tem feito mais, e não atende mais nosso chamado quando o vemos na rua, lá de vez em quando. Acho que já o perdemos para a vizinhança.

Figuras que retratam meu principal passatempo também estão ali, como mãos digitando, micros 386, quiçá um 486 DX4 100, e um moderníssimo disquete de 3,5 polegadas. Fui escancaradamente chamado de antigo. Tomara que seja só porque sou mais velho que eles.

Mas, se por um lado a criatividade dos colegas criou um presente divertido e que demonstra seu bem querer, por outro uma coisa me preocupou demais. É aquela figurinha lá no canto superior direito. Tanta preocupação que já marquei consulta no oftalmologista. E no psicólogo também, só por precaução. Sério, eu não sabia que estava assim tão acabado! Juro!

02 maio 2011

Uma Tirinha no Pedaço [vinte]

FAGUNDES & ANACLETO
Clênio Souza, artista plástico, escultor, cartunista, poeta e desenhista, originalmente publicado em O Momento.