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24 setembro 2022

Poeminha, seis - A Primavera



A PRIMAVERA
 
Dizem os poetas
Que ela se lança
Em passos de dança
Do alto das rochas

A nós nos parece
Que ela caminha
Se arrasta e patinha
Em velhas galochas



LA PRINTEMPO

Diras la poetoj
Ke ĝi ĵetiĝas
En dancpaŝoj
De la supro de l' rokoj

Ŝajnas al ni
Ke ĝi marŝas,
Treniĝas kaj glitas
En malnovaj galoŝoj

30 março 2018

O Universo em Meu Galpão

Universo, pampa infinito,
Onde rege bendito
O patrão, nosso pai.
Galpão de estância,
Querência que habito
E mateio contrito,
Lembrando da infância
Na tarde que cai.

Universo, morada sem fim
Que cabe, meio assim,
Inteiro, debaixo do teto.
Galpão de estância,
Abrigo seguro, coxim
Da estrela que brilha por mim
E pulsa, à distância,
Em meu coração inquieto.

Universo, fim e começo,
Olvido e endereço
Da vida original.
Galpão de estância,
Que palmeio e conheço,
Onde velo e adormeço,
É peleja e constância,
E morada final.

06 maio 2013

Poeminha, cinco - Melô do Esquecido



MELÔ DO ESQUECIDO

Acomodo as lembranças
Em caixotes no porão.
Quando mais preciso delas,
Nunca sei onde estão.


POEMO DE LA FORGESEMA

Mi akomodas la memorojn
En kestegoj en la kelo.
Kiam mi plej bezonas ilin,
Mi neniam scias kie ili estas.

29 abril 2011

Poeminha, quatro




Entro e saio,
Num repente.
Não ensaio,
Entro e saio
Tão somente.


Mi eniras kaj eliras,
Subite.
Mi ne provripetas,
Mi eniras kaj eliras,
Simple. 
Foto: Image Bank
Deixa: Pax

03 janeiro 2011

04 dezembro 2010

Poeminha, dois


As flores
saciadas
abandonam as abelhas
extasiadas
e voltam aos jardins
cansadas

24 novembro 2010

Poeminha, um


As flores
abandonam as abelhas
e voltam aos jardins
Foto: Scott Linstead

31 julho 2010

A Minha Pátria

Amélia Rodrigues

Pátria... se todo o ouro e todas as riquezas
Que o universo contém: tronos, palmas, grandezas,
Prá fazer-me trair-te, alguém trouxesse aqui,
Nada disso, jamais, eu trocaria por ti...

Se fosses a mais pobre, a mais desamparada
De todas as nações, cativa, desolada,
Sem recursos, na treva, exausta, a definhar,
Quereria eu morrer para te libertar.

Se não pudesses dar-me o refúgio do teto,
Um pedaço de pão, o beijo de um afeto...
Se os sacrifícios meus desprezasses, enfim,
Eu te amaria ainda assim...

Quando às vezes contemplo e percorro na mente
Mares, terras d’além, não descubro, realmente,
Nada que comparar se possa ao brilho teu...
Pátria... melhor que tu apenas vejo o céu...

Quando alguém junto a mim teu nome pronuncia,
Sinto um gosto de mel... ressaibos de ambrosia...
É que me vem à boca, em doce comoção,
O amor que te consagro e me enche o coração.

Quando a tua bandeira esplêndida tremula,
Minha alma corre a ela, extasiada a oscula,
Num transporte de amor a enrola toda em si,
E julga e sonha e crê que se fundiu em ti...

Pátria formosa e grande... a teus pés prisioneira
Aqui tens, prá servir-te, a minha vida inteira...
És minha mãe... aceita o que eu valer e for
Pois tudo é teu, só teu, Pátria do meu amor...

nasceu na Fazenda Campos, Freguesia de Oliveira dos Campinhos, Município de
Santo Amaro da Purificação, Estado da Bahia em 26 de maio de 1861.
Foi notável poetisa, professora emérita, escritora consagrada,
teatróloga, legítimo expoente cultural das Letras da Bahia.