29 outubro 2010

Era uma vez...

...o zeloso pai de uma pura mocinha, que astutamente capturou o audaz mocinho que audaciosamente escalava a inexpugnável torre do inexpugnável castelo na inexpugnável montanha para uma inesquecível noite de tórrido romance com a quase virginal donzela.

O incauto amante foi impiedosamente jogado numa fétida masmorra e covardemente pendurado por pesadas correntes na úmida parede de sombrias pedras, onde dolorosamente passou o brevíssimo resto da sua brevíssima vida de desafortunado ex-quase-genro.

Esqualidamente nem bem morto nem muito vivo, em concorrida comemoração à intocada honra da empoeirada princesa, teve suas mirradas costelas saborosamente temperadas e cuidadosamente espetadas num curioso paliteiro e lentamente assadas no apinhado pátio do real castelo e vorazmente roídas pelos esfomeados súditos do seu cruel ex-quase-sogro.

Fim.
Foto: Raquel Cesário, publicada aqui.
Recorte&Edição: Colafina.