27 dezembro 2009

Orquestra Sapofônica do Cajuru

Noite quente de um sábado de primavera, no mágico estio após um aguaceiro no fim da tarde. A poucos metros à direita, uma lagoa rasa formada pelas águas da chuva e de um banhado no terreno vizinho, do outro lado da taipa de pedras meio submersa que corta a lagoa ao longo da divisa do campo. A mesma lagoa onde o Rosilho atolava até os joelhos para pastar o capim aflorando à superfície, e onde hoje pasta sozinha a Alazana.

O nome mais apropriado para a orquestra seria grilofônica, ou talvez cigarrafônica, mas ao vivo, pisando o capim molhado lá pertinho da lagoa, o coaxar se sobressaía aos cricrilos que, nesta gravação, porém, destacaram-se sobremaneira. Então, aumente o volume e saboreie um som que quase não se ouve mais na cidade, a barulheira de bichos na natureza. O som do mato.

Com vocês, a Orquestra Sapofônica do Cajuru!

19 dezembro 2009

Sebastião Salgado, o Fotógrafo Social, um Brasileiro

Aos 65 anos, Sebastião Salgado, que é hoje um dos fotógrafos mais famosos do mundo, tem sua obra permeada pela preocupação com as mazelas sociais. Seus principais trabalhos são verdadeiras crônicas sobre a vida das pessoas excluídas. Sua preocupação social fez com que, em 2001, fosse nomeado representante especial do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

De origem mineira, nasceu em Aimorés no dia 8 de fevereiro de 1944. Deixou a cidade aos 16 anos para estudar em Vitória, no Espírito Santo, e depois foi para São Paulo, onde se formou em Economia. Um dia depois de sua formatura, casou-se com Lélia Deluiz Wanick, com quem vive até hoje e tem dois filhos, Juliano e Rodrigo, que tem síndrome de Down. “Acho que muita coisa que faço hoje, próxima do social, de cunho humanitário, foi Rodrigo quem me trouxe. Ele me deu outra compreensão da vida, outra maneira de eu ver a humanidade, de me situar”, disse o fotógrafo, em entrevista à BBC Brasil.

A carreira de Salgado começou em 1969, quando ele foi para Paris fazer doutorado em Economia. Durante suas férias acadêmicas, visitou a África e encantou-se pela fotografia a tal ponto que mudou de profissão. Em 1973, resolveu ficar de vez na Europa, onde iniciou sua nova carreira. Os trabalhos de Sebastião Salgado ficaram marcados por mostrar, com sensibilidade, o cotidiano das pessoas, tanto da Europa como dos países por onde viajava. Entre 1979 e 1993, dedicou-se a vários projetos desafiadores, como a cobertura da guerra de Angola, o sequestro de israelenses, em Entebe, na Uganda, e a publicação do livro Outras Américas, no qual retratou os pobres da América Latina.

Para muitos, sua consagração se deu, definitivamente, com as fotos do atentado ao presidente dos EUA, Ronald Reagan, em 1981, trabalho que lhe rendeu bastante fama. Ele foi o único a conseguir retratar o presidente ferido.

Um de seus projetos de maior destaque é Êxodos, que mostra imagens captadas em 41 países, onde documentou populações marginalizadas, na sua maioria crianças e mulheres sem-teto. A exposição teve estréia mundial em Nova Iorque. O jornal Le Monde publicou artigo sobre Êxodos, em que descreveu Salgado como “...um fotojornalista que vai além da estética da imagem. Suas fotos trazem reflexão, onde a maioria das pessoas se identifica, dando um ar universal à obra”. Atualmente, Salgado se dedica ao projeto de campanha mundial para erradicação da poliomielite, em parceria com o Unicef e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Fonte: Revista Funcef, ed 38, ago09
                                                  



Em cima, a partir da esquerda:
Os pobres trabalhadores da terra, Ceará – Brasil, 1983
Refugiados de Gourma-Rharous – Mali, 1985

Em baixo, a partir da esquerda:
Refugiados de Gondan – Mali, 1985
Serra Pelada, Pará – Brasil, 1986
Rio Bonito do Iguaçu, Paraná – Brasil, 1996

13 dezembro 2009

Uma Tirinha no Pedaço [nove]

FAGUNDES & ANACLETO

Clênio Souza, artista plástico, escultor, cartunista, poeta e desenhista, originalmente publicado em O Momento.

11 dezembro 2009

Fazer a Diferença, Fazendo Diferente

Posso mudar a minha vida fazendo diferente. Fazendo diferente, mudaremos o mundo nós todos.